Em mais um episódio da série “Conversas”, o rabino Nilton Bonder parte de uma inscrição gravada em uma sepultura localizada no Memorial Judaico, nos jardins do futuro Museu Vila de Vassouras, para traçar um perfil da formação do povo brasileiro. Negros, europeus, judeus — somados aos indígenas em seu território original — todos estrangeiros nas terras estranhas do Vale do Café. Cada um com suas culturas, convicções, fés, ideias de futuro, formas de viver e, sobretudo, de sobreviver.
Autor de “A alma imoral”, adaptada com sucesso para o teatro — além de outras obras que refletem sobre o ser humano e suas relações — Bonder identifica no “jeitinho brasileiro” um método de convivência e de resistência. Em uma conversa com o jornalista Renato Lemos, a cientista social Ilana Strozenberg, o historiador Eduardo Schnoor e o publicitário Armando Strozenberg, Bonder fala sobre as trajetórias dos cristãos novos no Brasil, sincretismo religioso, “devoção” à Rainha Esther, teologia da libertação e também sobre as perspectivas para a construção de um museu que, a partir da configuração humana do Vale do Paraíba do século XIX, aborde com profundidade as várias identidades do povo brasileiro.
Parabéns pela iniciativa
O debate foi riquissimo, esse Museu periferico em Vassouras pode nos ajudar a compreender as particularidades das (trans) formações socio culturais que ocorreram aqui. E tudo acontece em via de mão dupla: ao comparecer a um funeral no ceniterio de Vila Rozali, fiquei perplexo ao perceber que o estilo dos tumulos foi inspirado pela estetica catolica- encontrei inumeros tumulos com fotografias dos entes queridos. Bonder talvez possa nos explicar quando e como isso aconteceu. Tema interessantee para explirar em exposições na galeria do Museu de Vassouras. A arte gira sempre em torno do Nilton, se fosse mulher Nilton seria a nossa rainha Esther!