Exposição nos tapumes do Museu Vassouras mostra o dia a dia da obra que está transformando ruína em arte
Pedra, pau, entulho, lixo, lama, pó e cinza. Era esse o cenário do prédio que abrigará o Museu Vassouras quando o arquiteto Maurício Prochnik o viu pela primeira vez. Inaugurado como Hospital da Santa Casa de Misericórdia, em 1853, a construção cresceu, ganhou anexos, transformou-se em Asilo Barão do Amparo, se incorporou à paisagem afetiva da cidade, até passar a sofrer com a ação do tempo, do abandono, do descaso e, por fim, de um incêndio devastador.
Em 2018, em uma iniciativa do Instituto Vassouras Cultural, uma equipe formada por arquitetos, engenheiros, restauradores, historiadores, arqueólogos, paisagistas e operários assumiu a missão de, mantendo as características e as camadas históricas do prédio, transformá-lo em um equipamento moderno, voltado para o futuro.
“A gente não pode querer apagar o que está lá, aquelas marcas, nem queremos fazer intervenções que deixem tudo asséptico. O que se quer é o equilíbrio. É um imóvel do século XIX que será dotado de tecnologia do século XXI. Saber equilibrar esses dois tempos é fundamental”, diz Maurício, arquiteto responsável pelo projeto de restauração.
A exposição “Transformações – Das Ruínas da Santa Casa ao Museu Vassouras”, que ocupa os tapumes da obra do futuro Museu Vassouras, traz registros, em fotografias e perspectivas (de Maurício Prochnik, Marcos Gusmão e William Britto) do passo a passo da obra desde o início.
No evento de abertura, os visitantes tiveram a chance de conhecer o estágio atual da obra, com os espaços já quase prontos (fotos abaixo) e uma palestra explicativa do arquiteto responsável pelo projeto.
Nos painéis da exposição, o visitante também encontrará depoimentos de pessoas diretamente ligadas ao dia a dia da obra sobre suas ligações afetivas com a construção e as transformações sentidas nesses últimos seis anos.
“Nas horas de descanso, gosto de ir para a sala do nível 2 e ficar olhando a cidade dali, os telhados, as árvores, a tarde. É tudo como uma coisa só: eu, a janela, o museu, a cidade…” Cláudio Luciano da Silva – Mestre de Obra
“Vim para ficar quarenta e cinco diasna obra e já estou aqui há seis anos. Me casei aqui, constituí família, criei novas raízes. Acho que isso diz muito como isso aqui é transformador”, Thiago Thuler, arquiteto.
O Museu Vassouras, com previsão de inauguração em maio de 2025, será um espaço para a arte, cultura, educação, diálogo e celebração.
Estamos quase lá
Com fotos de Marcos Gusmão e Armando Strozenberg
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