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Céu de Vassouras, traço do arquiteto

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Maurício Prochnik, arquiteto responsável pela obra do Museu Vassouras, registra em fotografias o andamento dos trabalhos do projeto

Os detalhes do Museu Vassouras em processo de construção | Maurício Prochnik

Maurício Prochnik, arquiteto responsável pela obra do Museu Vassouras, registra em fotografias o andamento dos trabalhos, em um diário de construtor de sonhos

por João Carlos Pedroso

Um arquiteto, na definição ortodoxa, retirada de um dicionário qualquer, é aquele profissional “da arte de construir que idealiza, planeja, especifica materiais e elabora os desenhos de um espaço ou obra arquitetônica; eventualmente também acompanha os trabalhos de sua execução”. Já em sentido figurado, a palavra também pode ser usada para definir “indivíduo responsável por uma ideia, realização ou fantasia de qualquer coisa”.

Maurício Prochnik, que desenhou e acompanha a obra que fará surgir o Museu Vassouras, pode ser encaixado nas duas definições. Profissional encarregado pela transformação do antigo Hospital da Santa Casa de Misericórdia de Vassouras em um espaço para celebrar arte, cultura e História, ele acompanha passo a passo a obra com a clara consciência de quem sabe que está prestes a ver a materialização de um sonho. Tijolo por tijolo. Telha por telha.

— Visitar a obra é ver as ideias saindo do papel e se materializando, ver o que está sendo construído e se revelando. Acompanhando a evolução da obra desde a montagem dos tapumes, em 2018, conseguimos perceber como toda fase da obra tem sua importância — explica Maurício.

O acompanhamento, no caso, é minucioso e registrado em detalhes por fotografias tiradas pelo próprio Maurício e que servem como uma espécie de diário visual da obra.

— Cada passo é um passo, um avanço. Desde a consolidação do que sobrou até o último toque de acabamento. No caso do Museu Vassouras, podemos chamar de renascimento — define o arquiteto, que tem seu próprio jeito de enxergar a evolução da obra e a cidade que a envolve. Além dos detalhes do processo de restauração, os registros do arquiteto trazem todo o entorno do prédio, a cidade entrevista pelas frestas, como suas áreas verdes, seu casario tombado e o céu de um azul profundo.

Maurício ressalta como é importante ter uma equipe totalmente devotada ao projeto, que pretende fortalecer a identidade, a cultura e destacar a História do Vale do Café e de Vassouras em especial:

— Tudo isso só é possível graças ao trabalho de uma equipe dedicada, que reúne mestres, serventes, pedreiros, carpinteiros, armadores, engenheiros e demais profissionais envolvidos. Sem eles o sonho não poderia ser materializado.

Completamente apaixonado pelo trabalho, Maurício não consegue escolher um cantinho preferido entre os espaços do Museu. Os amplos vãos, as paredes de pedra, o espetacular conjunto de janelas restaurado, os espaços de convivência criados no papel — tudo habita seu coração e sua mente.

— Todos os espaços são interessantes. As articulações entre as áreas externas e internas vão fazendo sentido com a percepção e valorização de cada espaço. Como o Memorial Judaico, o grande terraço, sem falar na forte presença do Casarão e da Casa das Irmãs — pontua Maurício, responsável também, entre outros, pelos projetos de revitalização do Corcovado, de restauração e adequação do prédio da Biblioteca, Mapoteca e Arquivo do Itamaraty, além do Bar Lagoa, um dos símbolos do Art Déco do Rio de Janeiro .

O passo a passo da obra, conta com vídeos e imagens em 360º e pode ser acompanhado por todos que quiserem no site do Museu (museuviladevassouras.org.br/obra), que também traz curiosidades sobre a região e seus aspectos cultural e histórico. Um pequeno aperitivo para o verdadeiro banquete que será o espaço quando o sonho já estiver materializado e disponível para quem quiser embarcar nele. O Vale do Café merece!

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